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Diferença entre Comunicação e Comunhão

Diferença entre Comunicação e Comunhão

“ A comunicação ocorre entre as cabeças, a comunhão ocorre entre os corações. Este é um dos maiores segredos de uma vida espiritual”. (Osho)

 


Somos seres sociais. Necessitamos do outro para progredir e evoluir. Para isso contamos com um instrumento necessário que é a comunicação.

            Estamos naturalmente buscando a perfeição, porém, este é um caminho ilusório. Precisamos buscar a totalidade. A perfeição existe no futuro e sacrificamos o presente em detrimento do futuro. Mas o que chega sempre é o hoje, o agora.

            No presente, projetamos o nosso planejamento de mudanças sempre para o amanhã e vamos trocando experiências através da comunicação com os outros, buscando conhecer mais sobre as coisas, e enchendo a nossa mente com  ideias que são potencializadas por uma mente inquieta e buscadora.

            Um ser que deseja viver uma vida espiritual plena precisa despojar-se de palavras e encontrar o silêncio da sua alma. Estar em silêncio é estar presente e vivendo no presente. As pessoas tem um péssimo hábito de estar sempre falando algo com alguém ou ouvindo coisas que não lhes dizem respeito, ou se dizem, nada de valor agregam  na vida de ninguém.

            A comunicação ocorre entre as cabeças, entre os egos, entre aqueles que querem mostrar o que sabem, ou do que sabem, enfim, através das palavras se fazerem presentes no grupo social a que pertencem.. Não podemos valorizar as palavras. Ouçamos a pulsação do mundo espiritual.

            A comunhão ocorre entre os corações. Este é o segredo da vida espiritual. Podemos ficar em silêncio ao lado de um grande amigo ou do seu mestre espiritual e sem dizer uma só palavra, sentir que está sendo compreendido tão profundamente, que não há necessidade de palavras, mesmo porque, as palavras não conseguem exprimir muitas das sensações e vivências que passamos.

            Quando estamos fartos de professores, credos, dogmas, verdades, filosofias… buscamos um mestre espiritual. Alguém que possa caminhar conosco e iluminando o nosso caminho. Alguém que nos coloca no aqui e agora, mesmo porque, o futuro depende do hoje, daquilo que eu estou plantando.

            Encontramos no caminho do mestre o sentido de totalidade. O sentido de pertencer a uma Força Sagrada   que sustenta a nossa existência.

            Quando o nosso mestre fala, brota força no nosso íntimo e suas palavras estão repletas de amor e penetrarão dentro do nosso coração.

            Isso é estar em comunhão, consigo, com o mestre e com o Cósmico. Sentir a totalidade e vive-la no seu dia a dia.

            Cada um de nós encontra o seu mestre. Aquele que é necessário para o nosso caminho espiritual. Não falo de religião. Falo de comunhão. Você precisa amar, sentir e caminhar conectado. Quando estamos prontos, o nosso mestre aparece.

            Vejo em muitas casas religiosas uma grande falta de comunhão. As relações não passam da seara das palavras e até com o seu mestre, há a mais falsa relação, pois não respeitam por amor e sim por necessitarem de algo: ajudas diversas, poder, sensação de estar inserido num grupo social, enfim, não há relação pura de amor incondicional.

            No dia em que encontrei o meu mestre eu o amei e amo com todas as minhas forças. Não por nenhum interesse pessoal, mas porque estabelecemos  relação da mais profunda comunhão. Conversamos sempre de coração para coração e muitas situações que passamos juntos, não há palavras capazes de descrever.

Tenho meu Ascendente em Escorpião e Netuno na linha do Ascendente e isso me dota de um talento de observar tudo e sentir na alma as palavras ocultas e os sentimentos escusos escondidos para envenenar, para ferir, para matar. Mas sinto também aqueles que estabeleceram sentimento de comunhão, aqueles que conhecem bem o meu coração e me permite habitar nos deles.

Vamos fazer um exercício de falar menos e sentir mais. Vamos aceitar um desafio de nos permitir sermos seres mais plenos e conectados com forças do bem. Vamos respeitar mais a vida do outro porque isso só nos interessa se o outro nos convidar para participar dela. Vamos buscar comunhão ao invés de comunicação. Lembremos que um dos grandes ensinamentos da nossa religião é que Exu que é o dono da boca, da fala e eles como guardiões da Lei Universal, cobram o peso das nossas palavras.

Viver em comunhão é ser feliz, é ser pleno, é viver segundo o nosso coração.

Viver em comunhão é viver o Sagrado.

Sejamos mais verdadeiros.

 

Obaraiyê