Os Caboclos montam guarda defendendo qualquer reunião, sendo ela umbandista ou kardecista. Várias vezes Bezerra de Menezes cita exemplos de Caboclos em seus trabalhos de desobsessão e outros. Os Caboclos são de pouco falar e muito agir.
Não são mirongueiros e nem resolvem casos de “fuxicos”. Toda vez que um ambiente está em tumulto espiritual, os Pretos-Velhos convocam de antemão os Caboclos para que estes purifiquem o recinto.
O Delogum (a guia) dos Caboclos de Pena levam contas de Lágrimas de Nossa Senhora, entremeadas no acabamento com continhas brancas ou verdes e com os símbolos de individualidade necessários (dentes, favas, estrelas, flechas, espadas, etc.).
UMBANDA DE CABOCLOS, ORIXÁS E SEUS NOMES.
Como vimos antes, os Caboclos e Orixás de Umbanda trabalham em falanges. Desta forma:
Os caboclos podem ter nomes individualizados, indicando que trabalham numa energia diferente da do médium.
Outros trazem nomes não individualizados indicando que trabalham na mesma energia espiritual do médium, ou seja, servem a mesma linhagem dos seus Orixás.
O que marca a individualidade do Caboclo é o seu ponto riscado e cantado (todo Caboclo gosta de cantar seu ponto).
UMBANDA DE CABOCLOS, TERAPIAS E OFERENDAS.
• A corrente de Caboclo realizada para uma pessoa tem benefícios incalculáveis. Energizam e equilibram as carências energéticas das mesmas. É feita por um Caboclo que reza 10 velas (uma para cada Orixá) cruzando a pessoa, enquanto são cantados os pontos dos Orixás:
– Todos os Caboclos convocam a força da mata, cachoeira ou praia para o seu auxílio;
– Conhecem os elementais, sabem lidar com eles e afastam os negativos;
– Utilizam o charuto para defumar;
– São peritos para afastarem almas e exus;
– Utilizam a pemba branca (objeto de magia) para manipularem as forças da natureza através dos símbolos; e
– Trabalham cantando os pontos dos Orixás nas correntes por utilizarem tão bem as forças da natureza.
• A lavação de cabeça é mais uma terapia feita pelos Caboclos, devido a sua grande harmonia e convivência com os elementos da natureza.
• Trabalham muito com ervas para banhos, como também o seu charuto para banhos, firmezas e trabalhos.
• Para os Caboclos de Pena arria-se, pelo menos uma vez ao ano, a sua oferenda na mata ou local energético (praia, cachoeira, pedreira, rio, etc.):
– Malzibier, pemba branca, velas brancas ou verdes, pano branco, charuto e copo.
Encerramos aqui, um breve olhar sobre o vasto campo, que são os ensinamentos sobre os Caboclos de Pena. Sabemos que muito ainda há de ser explorado e aprendido sobre estas entidades, tão sábias e benfeitoras da nossa querida Umbanda.
Axé,
Odékainã