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Mediunidade (Continuação)

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       As orientações que recebemos na Umbanda através da mediunidade de incorporação são importantesContudo, há outras formas de nos comunicarmos com a Espiritualidade e de trazermos esse aprendizado para a nossa vida.

       Incorporar, “receber o Guia”, não é o mais importante.

      Fundamental é que nos dediquemos a assimilar as orientações e os exemplos dos Guias Espirituais e das Entidades que nos amparam, procurando entender-lhes o sentido para aplicá-los em nossa vida diária e ficando atentos para as intuições que eles nos dão, (que podem chegar como novas idéias, como sensações, até como perfumes e odores variados que, de repente, invadem o ambiente etc.).

     Importante é “incorporar”, (assimilar e aplicar), o fundamento da mensagem, assim como a lição embutida no exemplo de conduta dos Guias Espirituais diante de um consulente ou de um médium “difícil”, buscando analisar o quanto aquilo pode ter aplicação útil em nosso dia-a-dia.

Espiritualidade não é algo para se viver apenas entre as paredes do Terreiro. É algo para vivermos “dentro de nós”, em silêncio, com naturalidade, sem alarde, sem roupa especial, sem dia marcado, sem que ninguém precise elogiar e aplaudir. É um caminho interno, é aprender a olhar tudo com os olhos da alma, porque isso vai nos ajudar a encontrar novas soluções, novas formas de viver e enxergar a vida “lá fora”.

       Não tem sentido fazer as coisas para se receber elogios. O essencial é fazermos as coisas em que acreditamos, pelo bem que elas representam. Agir assim nos livra de muitas mágoas, de muitas bobagens Espiritualidade é algo que nos ajuda a caminhar de mãos dadas com os outros, pelo prazer de ajudar e participar, apesar de sermos diferentes, apesar de pensarmos de forma diferente, apesar dos pesares

 

Ser médium é ser veículo, canal, meio de comunicação.

 

A melhor forma de transmitirmos as mensagens do Astral é colocá-las na prática em família, no trabalho, com os amigos, com os vizinhos, com as pessoas difíceis”…

         Espiritualidade é união, é a “incorporação”, (assimilação e aplicação), do verdadeiro sentido da vida somos todos filhos de Deus, somos todos feitos de Luz, temos valores e méritos, mas também temos nossas limitações e lições a aprender.

          Incorporar o Guia não é tudo, é apenas uma parte das infinitas possibilidades de aprendizado que a Vida nos concede, inclusive no campo mediúnico.

          Portanto, no desenvolvimento mediúnico, não nos preocupemos apenas em girar, em rodar, para “mostrar que o Guia chegou”…  Na verdade, os Guias e Entidades chegam ali muito antes de nós, preparando o ambiente para o trabalho. Bom mesmo será a gente conseguir abrir o coração, para incorporar, (assimilar, absorver), os ensinamentos do Astral e colocá-los em prática.

E, se o Guia quiser incorporar : entregue-se, deixe, permita-se a experiência!

Não perca mais tempo se perguntando :

“Será que sou eu, será que é o Guia…? Abra o coração!!

Busque o contato com a Espiritualidade, que a resposta virá, do jeito que precisa e pode vir, sem dificuldade, naturalmente, e só por um motivo : somos seres espirituais !

Em 2004, Vó Luíza fala de filhos novos e a mediunidade

“Médiuns novos. Momento perigoso da mediunidade – momento de afinação.

Médium precisa ter responsabilidade de estar em sintonia com o seu mentor.

Precisa saber o que significa cada coisa do ponto, porque é para quem está  batendo cabeça.

Precisa transformar questionamento em fé!

O amadurecimento traz um afastamento do ego, cada um no seu tempo, sem pressa

Deixe as coisas aconteceram!

Pontos certos, guias chegando!!

Abra seu espaço.

Nega ama sem apego, torcendo por cada filho dessa casa”

Mas já tenho tanto tempo no trabalho mediúnico!

Independente do tempo que se tenha na Umbanda, é necessário um exercício de fé e amor, com caridade, com fortalecimento espiritual. O  médium tem sempre de ser lapidado, vigiado, cuidado, para que as forças da inveja, egoísmo, maldade, vingança e soberba não o atinjam, e se caso atingir, a fé      o          resgatará.
O médium deve ter essa busca incessante pela melhoria; com estudo, informação, trabalho, e quando dedica momentos diários para essa reflexão, está vigiando seus sentimentos, sua conduta e sobretudo está ligado aos seus guias, Orixás e a Deus.

Como acontece o desenvolvimento mediúnico?

     A entidade responsável pelo desenvolvimento é o Caboclo. É ele que puxa os guias dos médiuns em desenvolvimento.

    Os guias daquele médium vão se aproximando gradativamente o que provoca uma série de sensações no corpo e na mente do médium. As primeiras manifestações consumam ser irregulares.  Com o passar do tempo, a ligação mediúnica se fortalece e sua manifestação se torna cada vez mais natural e fluida, até o ponto dele estar preparado para o trabalho na Umbanda. Durante este processo o médium apara inúmeras arestas tanto em sua mediunidade, quanto em sua moral e seu íntimo.

 

    Os médiuns  que estão em estágio de aprendizado em relação à manifestação de sua mediunidade não podem ser vistos ou tratados com desdém por quem quer que seja, uma vez que o processo de todos deve começar aqui. Ninguém nasce pronto e mesmo aquele que possui total controle e conhecimento de sua mediunidade deve saber nutrir a humildade que possibilita o verdadeiro aprendizado.

       Nossa Casa prima por um desenvolvimento aprofundado dos médiuns da corrente. Assim, diferentemente de outras casas nas quais uma pessoa que apresente incorporação aparentemente perfeita poderia ser imediatamente designada para os trabalhos de consulta, nós buscamos, com paciência, o ensino correto dos primeiros passos de qualquer pessoa dentro da nossa Umbanda.

      Algumas crianças andam antes que outras, mas é vital que o aprendizado não se transforme em corrida ou busca por mérito. Preferimos que uma criança demore mais a caminhar mas o faça de forma correta, possibilitando fazê-lo com firmeza por toda a sua vida.

      De que nos valeria apressar os passos de quem quer que seja, deixando de formar a base firme sobre a qual aquela pessoa caminhará por toda a vida? Muitos, em nome da pressa, acabam gerando médiuns que aparentemente caminham bem, mas que poderão desenvolver problemas nas pernas futuramente por vícios de postura ou condições similares.

     Sabemos o quão complexo é caminhar. Não o fazemos somente com as pernas, mas sim com todo o corpo físico. Caminhando é que o ser humano se distingue de todos os outros de nosso planeta, mas não deve se enganar aquele que move corretamente suas pernas. Se a pessoa não souber coordenar as pernas, os braços e talvez o mais importante, a coluna, não poderá caminhar sem prejuízos futuros para seu corpo. Essa metáfora do aprendizado do caminhar nos serve para compreender o valor que damos à educação mediúnica.

      Por isso não apressamos a educação de quem quer que seja e esperamos que o médium tenha total confiança na orientação da Casa, como a criança que confia em seus pais, sem ilusão de independência ou prepotência, compreendendo a importância vital de um perfeito desenvolvimento e educação mediúnicos no futuro de toda a caminhada daquela pessoa.

Por que ocorrem reações violentas no processo de incorporação?

       Há inúmeras causas. A mais comum delas é a falta de preparo apropriado do médium.  No início do desenvolvimento, é comum a entidade desprender energia demais para alcançar o corpo astral do médium, que por sua vez ainda não está preparado para isso. Assim o médium tem a sensação incômoda, de “muita energia estagnada no corpo”. Quando esta energia, por fim, encontra caminho para fluir, isso ocorre subitamente, “tudo de uma vez”. Por isso ocorrem os espasmos e reações violentas. Durante esta fase, é importante que os companheiros de terreiro estejam atentos para evitar que o médium se machuque. A falta de entendimento e excesso de vaidade, contudo, geram mitos do tipo: “Nossa, meu caboclo é tão forte que me quebrou todo…”

 

Quanto tempo deve durar um desenvolvimento mediúnico?

       O bom desenvolvimento não é medido em tempo, mas sim em qualidade.

       O processo deve durar o quanto for necessário para que o médium esteja seguro e capaz de desempenhar suas funções.

       É o Caboclo, responsável pelo desenvolvimento, que define a hora de riscar o ponto de Caboclo do médium, do Preto Velho e do Exu.

O Estudo foi montando a partir de pesquisas e orientações da Mentora da Casa, Vovó Luíza.