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O Plano Astral

Todos nós, embora na maior parte não tenhamos consciência, vivemos no seio de um vasto, invisível e populoso mundo. Quando dormimos ou quando no estado de êxtase, os nossos sentidos físicos entram momentaneamente num estado de inação, neste caso podemos até certo ponto ter a consciência desse mundo e muitas vezes acontece de trazermos – ao despertar – recordações mais ou menos vagas, do que lá vimos e ouvimos. Quando, por ocasião dessa transição a que vulgarmente chamamos “morte”, o homem se despoja totalmente do corpo físico, é nesse mundo invisível que ele ingressa e lá fica vivendo durante os longos séculos que medeiam entre as suas encarnações nesta existência terrestre. A maior parte destes longos períodos, a sua quase totalidade mesmo, é passada no mundo-céu, ou Devachan. O presente trabalho é dedicado à parte inferior desse mundo invisível, ao estado em que o homem ingressa imediatamente após a morte, é o “Plano Astral”.

A primeira idéia a fixar nessa descrição é a absoluta realidade do plano astral. O plano astral existe. Mas, é claro, quando falo de realidade, não parto do ponto de vista metafísico que diz nada haver de real, porque tudo é transitório, a não ser o Absoluto não manifestado. A palavra é empregada no seu sentido vulgar, de todos os dias, e quer significar que os objetos e habitantes do mundo astral são reais, precisamente como os nossos corpos, a nossa mobília, casas e monumentos – tão reais como qualquer lugar que estamos habituados a ver e a freqüentar diariamente. Tudo o que existe nesse plano não dura, naturalmente, mais do que os objetos do plano físico, mas, precisamente como estes, não deixa de ser uma realidade cuja existência não temos o direito de ignorar, simplesmente pelo fato de a grande maioria da humanidade não ter por enquanto consciência dela, ou, quando muito, apenas a pressentir vagamente.

É importante ressaltar que no nosso sistema solar existem planos perfeitamente definidos, cada um formado pela sua matéria de diferentes graus de densidade, e que alguns desses planos estão abertos à visita e à observação dos que conseguiram obter os requisitos necessários para isso, exatamente como qualquer país estrangeiro está ao alcance do turista.

Estes se chamam, por ordem decrescente de densidade da matéria que os forma, respectivamente, Físico, Astral, Mental, Búdhico e Nirvânico. Acima destes há ainda dois, mas tão além das nossas atuais faculdades de percepção que, por enquanto, não nos ocuparemos deles. A matéria que forma estes planos é absolutamente a mesma; a sua densidade em cada um deles é que difere: é como se houvesse um formato de água-gêlo, outro de água-líquido, outro de água-vapor, etc. É matéria ainda mais rarefeita a que forma os outros, mas na essência, é a mesma matéria.

A região astral, forma o segundo destes grandes planos da natureza – o imediatamente superior (ou interior) a este mundo físico, tão conhecido de nós todos, e onde vivemos.

O Plano Astral tem-se lhe chamado “o reino da ilusão”, não porque em si seja mais ilusório do que o mundo físico, mas porque as impressões que dele trazem os observadores pouco treinados são extremamente vagas e impalpáveis, oferecendo, portanto pouco crédito, fato devido a duas causas principais: em primeiro lugar, os seus habitantes tem o poder maravilhoso de mudar constantemente de forma com uma enorme rapidez e de exercer, por assim dizer, uma espécie de magia ocasional sobre aqueles à custa de quem se querem divertir; e em segundo lugar, a faculdade de ver nesse plano é muito diferente da faculdade visual que nos é dada no plano físico. É, além disso, extraordinariamente mais desenvolvida, pois, um objeto é, por assim dizer, visto por todos os lados ao mesmo tempo. Olhando para um sólido com a vista astral, o olhar abrange não só o exterior mas o interior do corpo compreende-se, portanto, que seja extremamente difícil para um observador com pouca prática ter compreensão nítida do que vê, extrair da imagem confusa, que pela primeira vez se lhe apresenta à vista, a noção verdadeira do seu significado, e, acima de tudo, é-lhe quase impossível traduzir o que realmente vê, servindo-se da pobre linguagem de que usa diariamente.

A primeira introdução consciente nesta região notável vem aos homens por várias maneiras, o caso mais vulgar é quando começamos a recordar-se, com uma nitidez sucessivamente maior, do que viram e ouviram nesse plano, durante o sono.

Todavia, assim como o explorador no plano físico começaria provavelmente a descrição de uma região por uma espécie de descrição geral do cenário e respectivas características, também nós, ao empreendermos tornar conhecido o plano astral, começaremos este ligeiro esboço por tentar dar uma idéia do cenário que forma o fundo das suas atividades maravilhosas e sempre diferentes. Mas, logo no começo surge-nos uma dificuldade quase insuperável, derivada da extrema complexidade do assunto. Todos aqueles que admiram o poder de ver claramente no plano astral, são unânimes em reconhecer que a tentativa de evocação de uma pintura cheia de vida desse cenário perante olhos inexperientes, eqüivale a querer fazer admirar a um cego, por uma simples descrição oral, a requintada variedade dos matizes de um pôr de sol; – por mais expressiva, mais detalhada e mais fiel que seja a descrição, nunca se pode obter a certeza de que no espírito do cego se represente com clareza a verdade.

Antes de mais nada, é preciso não esquecer que o plano astral tem sete subdivisões, e cada uma destas tem um grau de materialidade que lhe é próprio e corresponde a um certo estado de agregação de matéria. A matéria de todos os subplanos tem de encontrar-se aqui na superfície da terra, porém o plano astral é muito maior do que o físico, estende-se alguns milhares de quilômetros acima da sua superfície. Quanto mais alto nos elevamos, mais rarefeito se torna o ar, e a mesma verdade se aplica à matéria astral. Nosso mundo astral toca o da lua no perigeu, porém não no apogeu; mas naturalmente o contato se continua ao mais elevado tipo de matéria astral.

As sete subdivisões do plano atral entram, naturalmente, em três grupos:
(a) a sérima, ou a mais baixa;
(b) a sexta, a quinta e a quarta;
(c) a terceira, a segunda e a primeira.

O subplano 7 tem o mundo físico como seu ambiente, embora apenas uma visão parcial e distorcida dele possa ser vista, já que tudo quanto é luminoso, bom e belo parece invisível.

Os subplanos 6, 5 e 4 tem por ambiente o mundo físico com o qual estamos familiarizados. A vida no número 6 é como a vida física habitual, com o corpo e suas necessidades a menos. Os números 5 e 4 são menos materiais e mais afastados do mundo inferior e seus interesses.

Os subplanos 3, 2 e 1, embora ocupando o mesmo espaço, dão a impressão de estarem muito distantes do mundo físico e, por conseguinte, menos materiais. Nesses níveis as entidades perdem de vista a terra e seus assuntos. Ficam, habitualmente, profundamente absorvidas em si mesmas e criam, em grande parte, seu próprio ambiente, embora este seja suficientemente objetivo para se percebido por outras entidades.

Com vista astral, todos os objetos, mesmo os pensamentos físicos, tomam um aspecto diferente. Como já se disse, os olhos astrais vêem um objeto, não só sob um certo ponto de vista, mas por todos os lados ao mesmo tempo – idéia, que em si é bastante confusa. Se acrescentarmos, ainda, que todas as partículas existente no interior de um corpo sólido se apresentam tão nitidamente visíveis como as da superfície, compreenderemos facilmente que mesmo os objetos que nos são mais familiares apresentem uma aparência que os torna inteiramente irreconhecíveis.

Contudo, refletindo um momento, veremos que esta visão está mais próxima da verdadeira percepção do que a vista física, o que evidentemente não passa de uma ilusão do sentido visual.

No entanto, ainda há mais causas de erro: assim, esta vista superior distingue formas de matéria invisíveis em outras condições, como por exemplo, as partículas constituintes da atmosfera, todas as variadíssimas emanações que os corpos, que tem vida, constantemente libertam de si, e ainda mais quatro graus de uma ordem de matéria bem mais rarefeita, a que, por falta de designação distintiva, chamaremos etéricas. Estas fornecem, por si, uma espécie de sistema, que interpenetra livremente toda a outra matéria física.

Em primeiro lugar, cada objeto material, cada partícula mesmo, tem o seu duplicado astral. Este duplicado, por vezes, não é um corpo simples; é um corpo extremamente complexo, constituindo de várias espécies de matéria astral. Além disso todos os seres vivos estão rodeados de uma atmosfera, que lhe é própria, vulgarmente chamada “aura”, que no caso do homem é um assunto de estudo extremamente fascinante.

Ainda a respeito da aparência tomada pela matéria física quando vista à luz astral, outro ponto há que merece menção: é o fato de esta visão superior astral ter o poder de aumentar os objetos, levando qualquer partícula, por minúscula que seja, à grandeza que se deseje, tal qual um excelente microscópio, se nos é permitida tão grosseira comparação, pois na realidade não há nem poderá haver nenhum desses instrumentos, capaz de possuir um poder de aumento tão extraordinário. A molécula e o átomo, criações hipotéticas para o homem de ciência, são para o ocultista realidade visíveis, e de uma complexidade intrínseca muito maior do que para os físicos e químicos do nosso mundo.

Do que acabamos de dizer compreende-se que, embora sejam realmente os objetos vulgares do mundo físico que formam o fundo do cenário do plano astral, aparecem, contudo, com um aspecto tão diferente, pelo muito mais que deles se vê, que se nos tornam quase irreconhecíveis e julgamos estar em presença de objetos novos, tanto e tão profundamente modificados, na infinita variedade dos seus pormenores.

Esboçado assim, embora ligeiramente, o fundo do nosso quadro, devemos agora colocar-lhe as figuras, descrever os habitantes do plano astral. Não é fácil tarefa classificá-los e ordená-los, tão complexa é a sua variedade. Parece-nos melhor começar por dividi-los em três grandes categorias: os humanos, os não-humanos e os artificiais.

Os cidadãos humanos do mundo astral separam-se naturalmente em dois grupos: os vivos e os mortos, ou, falando com mais precisão, aqueles que ainda tem corpo físico e aqueles que já o abandonaram.

Os Humanos

3° – A pessoa vulgar – isto é, sem nenhum desenvolvimento psíquico – que flutua no seu corpo astral durante o sono, num estado mais ou menos inconsciente. No sono profundo do corpo físico, os princípios superiores que se encontram no veículo astral desligam-se invariavelmente dele e acolhem-se nas proximidades, apesar de, nas pessoas sem o mais pequeno desenvolvimento, se encontrarem num estado de sono tão profundo como o do corpo. Contudo, em alguns casos o veículo astral está num letargo menor e então flutua daqui para ali, semi-adormecido, nas várias correntes astrais, reconhecendo por vezes outras pessoas que se acham no mesmo estado, passando por toda espécie de aventuras, umas agradáveis, outras desagradáveis, cuja lembrança, necessariamente confusa e por vezes transformada numa grotesca caricatura do que realmente aconteceu, as fazem pensar, ao despertar, nos disparates do sonho que tiveram.

Os mortos – em primeiro lugar, deve-se entender que a designação “mortos” é absolutamente errônea, visto que as entidades nela englobadas estão tão vivas como nós – a maior parte das vezes tem mesmo uma vitalidade muito maior. Quando dizemos mortos, queremos apenas referir-nos aqueles indivíduos que momentaneamente se libertaram do corpo físico.

Quando o homem, ao morrer, abandona o plano físico, a sua consciência vai focar-se na camada imediatamente a seguir (plano astral) e lá fica até que todos os desejos do mundo físico se acabem. Feito isto sua força de vontade foi dirigida para canais elevados e pouca energia de desejos inferiores tem disponível para ser utilizada no planos astral, focando-se sua consciência em planos ainda mais elevados de existência (plano mental).

Assim, vemos que a duração da permanência de um indivíduo em qualquer das subdivisões do plano astral, é rigorosamente em função da quantidade de matéria dessa subdivisão, subsistente no seu corpo astral, e por sua vez, depende do gênero de vida que levou na terra, dos desejos que acalentou e da espécie de matéria que, com o seu procedimento , atraiu para si.

As únicas pessoas que normalmente despertam no sétimo subplano do plano astral (que é o mais denso), são as de aspirações grosseiras e brutais – os ébrios, os sensuais e quejando. A sua permanência depende da intensidade dos seus desejos; geralmente o seu sofrimento é horrível pelo fato de, conservando vivos os grosseiros apetites que os dominaram na terra, lhes é impossível agora satisfazê-los, exceto, uma vez por outra, quando conseguem apoderar-se de uma criatura viva, com vícios iguais aos seus, e obcecá-la completamente.

Seria de grande utilidade que aqueles cujos entes queridos a morte separou, aprendessem nestes fatos indubitáveis a refrear, por amor dos seus mortos queridos, as suas manifestações de um desgosto, que embora natural, é na sua essência um sinal de egoísmo. Não que as doutrinas ocultas aconselhem o esquecimento dos mortos. Longe disso, o que elas sustentam e defendem é que a recordação afetuosa de um amigo que a morte levou, é uma força que devidamente canalizada por meio de convictos e sinceros votos pelo seu progresso para o mundo-céu, e pela tranqüilidade da sua passagem pelo estado intermediário, lhe pode ser de altíssima vantagem. Ao passo que essa recordação, tornada pelo desgosto moralmente doentia, exagerada com lutos e lágrimas, pode impedir-lhe o caminho, fazendo-o árduo e penoso.

Resumindo: em cada etapa do seu caminho da “Terra” ao “Céu”, o homem arroja para longe e abandona três cadáveres: o corpo físico, o duplo etérico e o veículo astral, que se resolvem gradualmente nos seus elementos constituintes, e cuja matéria é utilizada de novo nos planos respectivos pela admirável química da natureza.

Os suicidas e as vítimas de morte súbita – Compreende-se facilmente que um indivíduo que foi arrancado à vida física repentinamente, em pleno gozo da sua saúde e energias, se ache, no plano astral, em condições consideravelmente diferentes daquelas a que estão sujeitos os que morrem com a idade ou por doença. Nestes casos, os laços de desejos terrestres que ligavam o velho ou o doente à terra, estão naturalmente mais ou menos enfraquecidos; as partículas mais grosseiras estão, com certeza, já libertas, de modo que é a Sexta ou Quinta subdivisão, e talvez a uma mais elevada do plano astral, a que deve passar. Os princípios foram por um processo gradual, preparados para a separação, e portanto, o choque é muito menos violento.

Mas no caso de suicídio ou de morte por desastre, não se realizaram estes preparativos graduais. Grande quantidade de matéria astral, da categoria mais densa, está ainda suspensa em volta da personalidade, que, por conseguinte, fica presa na sétima ou última subdivisão do plano astral, esta subdivisão não é realmente uma estância muito agradável; mas ou seus efeitos não são os mesmos para todos os que são obrigados a habitá-la. As vítimas de morte súbita, cujas vidas na terra foram puras e nobres, não tem afinidade por esse subplano, de modo que o tempo da sua permanência lá é passado.

Se, porém, a vida na terra foi baixa, brutal, egoísta, cheia de sensualismo, haverá da parte dos que por qualquer meio foram violentamente arrebatados à vida, plena consciência desta pouco hospitaleira região, e estarão sujeitos a transformar-se em entidade terrivelmente malfazejas. Inflamados por apetites horríveis, de todas as espécies, que de modo nenhum podem satisfazer diretamente, por não terem corpo físico, tentam aplacar suas revoltantes paixões servindo-se de um médium ou de qualquer pessoa sensitiva que obsedam.

Aqueles que tem a vista psíquica desenvolvida, podem ver multidões destes desgraçados junto de açougues, bares e outros lugares ainda mais vergonhosos, onde encontram a atmosfera grosseira que lhes convém e os indivíduos de ambos os sexos, de hábitos semelhantes aos seus.

Os Não-Humanos

Os corpos astrais dos animais – Apesar de extraordinariamente numerosa, esta classe ocupa um lugar relativamente subalterno no plano astral, visto ser sempre muito curta a permanência nesse plano dos membros que a compõem. Os animais, na sua grande maioria, não adquiriram ainda, até hoje, uma individualização permanente, e quando morrem, a essência monádica que os animava volta ao stratum especial donde veio, levando com ela a experiência ou desenvolvimento que pode adquirir durante a vida do animal. Isto, porém, não se faz imediatamente; o corpo astral do animal sofre o mesmo processo que o do homem, e conserva no plano astral uma existência real cuja duração, nunca longa, varia segundo a inteligência que o animal desenvolveu. Geralmente, essa existência não passa de uma espécie de sonho inconsciente, impregnado, ao que parece, de perfeita felicidade.

Os Devas – O mais alto sistema de evolução que tem relação com a Terra é, que se saiba, a dos seres a que os hindus, chamam “devas”, e no Ocidente, “anjos”, “filhos de Deus”… Podem ser considerados como formando o reino imediatamente superior ao reino humano, assim como este está imediatamente acima do animal, mas com a diferença importantíssima de que o animal não tem, que saibamos, possibilidade de evolução e não ser para o homem, que é o único a ver abrir-se diante de si, logo que alcança um certo nível, várias sendas de progresso, uma das quais é a da grande evolução dos Devas. E ainda acima e para além do reino dos devas estão as grandes hostes dos Espíritos Planetários, espíritos gloriosos, cuja consideração estaria deslocada neste manual.

Os Artificiais

Exclusivamente produto da criação do homem, esta classe é a mais numerosa das entidades atrais. A única divisão que se pode fazer é pondo de um lado os elementais artificiais criados inconscientemente pela maioria da humanidade, e do outro, os criados com qualquer intenção pelos feiticeiros ou magos.

1° Elementais criados inconscientemente – já nos referimos ao fato de qualquer pensamento, por mais vago, impreciso e ocasional, obrigar essa essência a tomar formas nebulosas e efêmeras que se agitam como nuvens em constante movimento. O pensamento apodera-se da matéria plástica e molda-a instantaneamente num ser vivo de forma apropriada – ser que uma vez criado, não fica de modo nenhum sob a incluência de seu criador, mas vive uma vida sua, cuja duração é proporcional à intensidade do pensamento, ou desejo, que o gerou. De fato, dura enquanto a força-pensamento que o crio lhe mantém a coesão. Assim, os pensamentos da humanidade são em sua maioria tão imprecisos e fugitivos que os elementais por eles criados vivem apenas minutos ou horas; mas um pensamento repetido ou um desejo convictamente formulado, geram um elemental cuja existência pode durar dias. Um homem que, por exemplo, acalente demoradamente um desejo, forma para si mesmo uma espécie de companheiro astral que, alimentado constantemente pelo pensamento predominante, pode acompanhá-lo durante anos, ganhando progressivamente força e influência sobre o seu criador.

Mais fecundos ainda em resultados bons ou maus são os pensamento do homem acerca de seu semelhante, porque neste caso não é em torno dele que flutuam, mas em torno do objeto do pensamento. Qualquer desejo ou pensamento de felicidade projetado sobre um indivíduo, criará para ele um elemental artificial amigável. Se o desejo for perfeitamente definido, por exemplo, o desejo de melhoras de uma doença, o elemental pairará sobre o doente, para lhe promover o restabelecimento ou para afugentar qualquer influência tendente a impedi-lo.

Por outro lado, qualquer sentimento de ódio, inveja ou ciúme, dirigido a outra pessoa, enviará um elemental para atormentá-la, esse procurará qualquer ponto fraco por onde possa concretizar a sua ação maléfica. Pode, contudo, não produzir qualquer efeito sobre a pessoa para que é dirigido, se esta não tem nenhuma tendência que o nutra, se não tem, por assim dizer, nenhum fulcro para a sua alavanca. Assim, todas essas influências, portadoras do mal, recuam e são rechaçadas ante a aura de um homem de pensamentos puros, de existência honrada, visto não acharem onde fixar-se. Neste caso, obedecendo a uma lei bem curiosa – lei que diz de toda ação tem uma reação igual e contrárea -, elas reagem com toda a força sobre o seu criador original.

Acontece também, por vezes, que um elemental artificial desta espécie não consegue, por várias razões, descarregar a sua energia nem sobre o seu criador nem sobre o objeto dos mais sentimentos deste. Então, transforma-se numa espécie de demônio errante, fácil e prontamente atraído por qualquer indivíduo que acalente em si sentimentos semelhantes aqueles que lhe deram origem, e está igualmente preparado para estimular esses sentimentos nesse indivíduo, graças à força nutritiva que neste acham, ou para exercer sobre ele qualquer má influência tão logo para isso se lhe proporcione uma ocasião.

Quantas vezes as preces, os pensamentos de amor e de carinho de uma mãe extremosa se tem transformado num anjo da guarda para um filho, e a não ser no caso quase impossível em que o filho não encerre em si um instinto que possa responder a uma influência boa, quantas vezes esses pensamentos lhe tem proporcionado auxílio e proteção!

Não são utopias esses anjos da guarda, pois muitos clarividente os tem visto. Tem mesmo havido casos em que alguns desses anjos tem a força suficiente para se materializar, tornando-se visíveis momentaneamente à simples vista física.

Por meio dos processos mais adiantados, os cultores da magia negra conseguem também a criação de elementais artificiais, e não tem sido pequeno o mal que tais entidades tem espalhados por este mundo. Mas também estes esbarram com a resistência daqueles cuja pureza de vida e de caráter os torna opacos à sua influência, e, por curiosa inversão, vão reagir com tremenda força sobre o seu criador. A velha história do feiticeiro medieval esfacelado pelos demônios por ele invocados, não é de todo uma fábula inventada; pode mesmo encerrar um triste fundo de verdade.

“Mesmo o conhecimento meramente intelectual das condições da vida astral e, afinal, das verdades teosóficas em geral, é de inestimável valor para um homem, em sua vida após a morte.”
Arthur E. Powell

Estes são comentários extraídos dos livros:
“O Plano Astral” – de C. W. Leadbeater – Editora Pensamento
“O Corpo Astral” – de Arthur E. Powell – Editora Pensamento

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